Foram 522 jogos em mais de 100 anos de rivalidade. Porém, talvez poucas partidas na história entre Sport e Náutico possuam o grau de importância dos dois duelos entre os rivais, válidos pelas semifinais deste Pernambucano Coca-Cola.
Para um leigo, a disputa vale “só” a classificação para a decisão do Estadual. Mas para quem vive, respira, ama, odeia, torce ou apenas simpatiza com algum dos clubes sabe que o que está em jogo vai muito mais além. Envolve defesa e conquista. Luxo e grandeza. Estoque de gozação por tempo indeterminado.
Os alvirrubros lutam pela manutenção do hexacampeonato exclusivo, enquanto os rubros-negros almejam o título inédito. O primeiro round das duas batalhas, que entrarão para a história do futebol do Estado, acontece hoje, às 16h, na Ilha do Retiro. A volta é domingo, nos Aflitos.
A semana de preparação para um jogo desta envergadura teve de tudo. Do tradicional e indispensável mistério dos técnicos, a chuvas e trovoadas, que obrigaram os treinadores a modificarem a programação de treinamentos. Parece que até São Pedro quis colocar um molho no clássico.
Do lado da obsessão pelo hexa, o técnico rubro-negro Hélio dos Anjos não deu pistas sobre o time, concentrou os jogadores em Gaibu desde a quinta-feira e aconselhou o atacante Carlinhos Bala a não dar entrevistas, evitando polêmicas. Ao mesmo tempo, considerou o Sport como o “azarão” das semifinais, jogando a responsabilidade para o rival. “Todas as análises colocam o Sport como o menos capacitado para chegar às finais. Temos consciência que nosso time ainda é instável. Mas vamos à luta”, disse.
O técnico rubro-negro terá todos os seus principais jogadores à disposição, como o meia Marcelinho Paraíba, os volantes Hamilton e Daniel Paulista. O único fora do clássico é o volante Germano, suspenso, mas que não é titular. A escalação, no entanto, sai apenas 45 minutos antes do confronto.
No front da defesa alvirrubra, o comandante Roberto Fernandes terá quase todos os seus soldados. O único impossibilitado é o volante Élton, reserva na maior parte dos jogos. No mais, força máxima. Porém, com uma interrogação que pode modificar toda a forma de atuar do Timbu. É a carta na manga de Fernandes para tentar surpreender Hélio dos Anjos.
A depender do jogador escolhido para ser o 11º titular, o treinador pode mandar a campo uma equipe com três zagueiros (caso opte por Jorge Fellipe ou Wescley) ou três atacantes (Kieza ou Rogério). Mas também há a possibilidade de se escalar um terceiro volante, com a entrada de Elicarlos, ou um segundo meia, com Willian atuando ao lado de Eduardo Ramos.
“Não vamos abrir mão de sermos uma equipe ofensiva. É a principal característica da equipe e não posso mudar isso agora. Fazer gol na Ilha é tão importante quanto não perder”, explicou Fernandes. Vale lembrar que, há mais de sete anos, o Náutico não vence o Sport na Ilha do Retiro. A última vez foi por 3x1, no dia 28 de março de 2004.
SPORT: Magrão; Renato, Montoya (Igor), Alex Bruno e Dutra; Hamilton, Daniel Paulista, Wellington Saci e Marcelinho Paraíba; Carlinhos Bala e Bruno Mineiro. Técnico: Hélio dos Anjos.
NÁUTICO: Glédson; Rodrigo Heffner, Walter, Everton Luiz e Aírton; Everton, Derley, Eduardo Ramos e Willian (Jorge Fellipe); Ricardo Xavier e Bruno Meneghel
Fonte: JC online
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