Carlos Padeiro
Do UOL, em Cardiff (País de Gales)
A seleção brasileira de futebol inicia nesta quinta-feira, às 15h45 (de
Brasília), contra o Egito, a sua 12ª participação em Olimpíadas. A busca
pelo ouro inédito virou uma obsessão nas duas últimas décadas e tem no
elenco sub-23 mais caro da história, encabeçado por Neymar e reforçado
pelos ‘veteranos’ Thiago Silva, Marcelo e Hulk, a oportunidade de
encerrar o último grande tabu do futebol nacional.
Além de contar com jogadores valorizados no Brasil e na Europa, a
equipe escalada por Mano Menezes é calejada, com tempo de casa na
seleção. Representará o país nos Jogos de Londres um time obviamente
jovem, por conta do regulamento, mas que virou a base do elenco
principal após a Copa de 2010.
As altas cifras que envolvem esse grupo começam na defesa. Há duas
semanas, Thiago Silva se tornou o zagueiro mais caro da história ao
trocar o Milan pelo Paris Saint-Germain por 44 milhões de euros (cerca
de R$ 110 milhões). No meio-campo, destaque para Oscar, vendido ao
Chelsea por quase R$ 80 milhões. No ataque estão Lucas e Hulk, ambos na
mira do futebol inglês por valores próximos a R$ 100 milhões, além de
Neymar, alvo de uma disputa entre Barcelona e Real Madrid no ano
passado. O atleta de 20 anos acabou acertando para seguir no Santos até
2014, com uma multa de 65 milhões de euros (mais de R$ 160 milhões).
Há ainda outros atletas que não são citados no mercado mas possuem um
alto valor em seus times europeus, casos de Marcelo, no Real Madrid, e
Alexandro Pato, no Milan.
De 1996 para cá, quando foi liberada a inscrição de jogadores acima de
23 anos na seleção olímpica, o Brasil sempre contou nomes badalados. O
time de 1996 é o que mais se aproxima ao atual nas cifras, pois contava
com Ronaldo, vendido à época ao Barcelona por US$ 20 milhões
(considerando a correção da moeda).
Outras revelações daquela equipe comandada por Zagallo, que perdeu para
a Nigéria na semifinal e terminou com o bronze, deixaram o país rumo ao
Velho Continente, porém por preços mais baixos, casos de Roberto
Carlos, Rivaldo, Zé Maria, Zé Elias, Sávio, Juninho Paulista etc. A
diferença é que os clubes brasileiros não tinham condições de segurar
suas principais peças e aceitavam vendê-las a preços mais em conta.
Em termos de qualidade técnica, aquela seleção teve jogadores que
triunfaram na carreira, brilhando na Europa e conquistando o
pentacampeonato mundial em 2002.
À frente do selecionado canarinho há duas temporadas, Mano Menezes
ainda não convenceu, principalmente em ocasiões importantes, como na
Copa América e em amistosos contra rivais tradicionais. Os Jogos de
Londres surgem como uma chance para ele ganhar fôlego no cargo; em caso
de fiasco, existe um sério risco de demissão, segundo pessoas próximas
ao presidente da CBF, José Maria Marin.
“Tradicionalmente o Brasil é sempre o favorito, mas já ganhamos e já
perdemos como favorito. Na fase de grupos, nosso objetivo é as quartas
de final, não se pode mais do que isso. Se formos bem, vamos tentar
alcançar mais. Não existe pressão maior por isso. Sabemos da obrigação,
entre aspas, que é representar a seleção brasileira”, comentou o
treinador gaúcho. Depois do Egito, o Brasil encara Belarus e Nova
Zelândia.
BRASIL X EGITO
Data: 26/7/2012, quinta-feira
Horário: às 15h45 (de Brasília)
Local: estádio Millennium, em Cardiff (País de Gales)
Árbitro: Gianluca Rocchi (IT)
Brasil
Neto; Rafael, Thiago Silva, Juan e Marcelo; Sandro, Rômulo e Oscar; Neymar, Hulk e Leandro Damião
Técnico: Mano Menezes
Egito
El Shenawy; Gaber, Souliman, Sami e Fathy; Aboutrika, Hassan, Ahmed e Mohamed; Motaeb e Mohsen
Técnico: Hany Ramzy
Nenhum comentário:
Postar um comentário