segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Matemática e história jogam contra Santa Cruz e Náutico na luta contra o rebaixamento

João de Andrade Neto /Superesportes 

Restando dez rodadas para o término da Série B, o fantasma do rebaixamento nunca foi tão real para Santa Cruz e, sobretudo, Náutico. Não bastasse o futebol pouco convincente, a matemática e a história também jogam contra. O Superesportes passou um pente fino em todas as edições da competição na era dos pontos corridos (desde 2006) e observou que dos 44 times que frequentavam a zona de queda a essa altura do campeonato, apenas 11 conseguiram evitar o descenso. Média de um por ano. E desses casos, somente dois podem servir de inspiração para os tricolores. Para os alvirrubros, nem isso.

Após a derrota para o Goiás, os timbus voltaram a ficar a 11 pontos da saída do Z4. Nunca uma equipe conseguiu tirar uma diferença tão grande restando apenas dez rodadas a serem disputadas. Aliás, nem perto disso.

Desde 2006, as duas maiores diferenças retiradas por um time que estava no Z4, a dez rodadas para o fim da competição, foram de cinco pontos. Menos da metade do que o Náutico precisa. O número também representa o atual déficit tricolor para o Luverdense, 16º colocado.

As façanhas couberam a Bragantino, em 2012, e Ceará, em 2015. Dos dois, o que mais se assemelha ao atual cenário coral é o do primeiro, que também estava na 18ª colocação, assim como o Santa. Os cearenses figuravam em 17º. 

Não por acaso, os paulistas também conseguiram a maior arrancada de um time do Z4 nas dez últimas rodadas, com 66,6% de aproveitamento. O rendimento do Ceará foi de 63,3%. Os dois fecharam a Série B com dois pontos a mais que o 17º colocado. 

O técnico do Santa, Marcelo Martelotte, calcula em 45 pontos a margem de segurança para a manutenção do clube na Série B. Pontuação que segundo a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) dá uma segurança de 16%. Somando atualmente 29 pontos, os tricolores precisarão assim de um rendimento de 53,3% para alcançar essa marca. O atua é de 34,5%. 

Nem na Série A

Voltando ao Náutico, o percentual da salvação timbu beira o impossível. Tanto que nunca aconteceu. Para chegar a 45 pontos, os alvirrubros terão que ter um aproveitamento de 73,3%. Bem superior, por exemplo, ao do líder Internacional, que ao longo da Série B somou 64,3% dos seus pontos. 

Para não deixar os alvirrubros mais teimosos sem ter alguma esperança, a reportagem precisou mudar de divisão. Pela Série A, o Fluminense conseguiu em 2009 a até hoje mais improvável de todas as fugas de rebaixamento, obtendo incríveis 80% de rendimento nas dez rodadas finais (sete vitórias e três empates). Porém, na ocasião, a diferença para o 16º colocado era de oito, e não de 11 pontos. 

Ou seja, a essa altura, uma permanência do Náutico, além de histórica, passaria a ser referência para todos os desesperados. Para conseguir o milagre da permanência, o Timbu terá que quebrar todas as calculadoras.

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