Após realizar a prisão do ex-presidente da Torcida Jovem do Sport, Mario de Azevedo Santo Júnior, a Polícia Civil deu detalhes de como a operação foi realizada na manhã desta sexta-feira. Marinho, como é conhecido, decidiu se entregar ao poder público alegando estar cansado de viver foragido. Ele era o único que não havia sido encontrado pela operação Gol de Placa, que investiga uma briga ocorrida na Rua da União, na Boa Vista, no centro do Recife, entre as facções Jovem e Fanáutico, em julho de 2013.
Durante o período em que se escondeu, o ex-chefe da uniformizada rubro-negra passou por dois estados e teve o apoio de outras facções locais. Marinho deixou Pernambuco no mês de maio e se escondeu da polícia na Bahia e no Rio de Janeiro, segundo apurou a investigação. Teria levado consigo a quantia de R$ 100 mil, pertencente a Torcida Jovem. Após ficar seis meses foragido, ele decidiu contatar o advogado e pedir para se entregar à polícia. A prisão foi efetuada nessa quinta-feira próximo ao Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, no centro do Recife.
"Fugir tornou-se um mau negócio. Nós começamos a sufocar eles. A equipe encontrou onde Marinho estava. Ele andou em Salvador, em algumas cidades do Rio de Janeiro e fez algumas movimentações financeiras por lá. As organizadas que davam apoio. Uma parte delas, começou a se afastar. O advogado dele nos procurou dizendo da intenção de Marinho de se entregar. Foi marcado um local, próximo do IML, em Santo Amaro, por volta das 15h, e ele se entregou. Foi encaminhado ao IML, rapidamente ouvido pela nossa equipe e levado para o Cotel", disse o delegado José Silvestre, da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil de Pernambuco (CORE).
Ainda de acordo com o delegado, Marinho alegou não ter participado da briga que foi investigada pela polícia eresultou na prisão de outros três integrantes da Torcida Jovem no mês de setembro. Um deles, foi capturado em um jogo do Sport contra o São Paulo. No entanto, um vídeo mostra a participação dele desferindo socos na ocasião. Em maio, dois torcedores da Fanáutico, David Marcos Custódio de Lira e Wallace Santos Duarte, também foram capturados, mas já foram soltos e respondem ao processo em liberdade.
"A sensação de impunidade era tão grande, que eles se sentiam à vontade para fazer o que quisessem. Sem dúvida é uma organização criminosa. Não há como negar essa união. Eles se movimentam, agem como uma organização criminosa, e há um fluxo financeiro em cima disso. Eles tinham ligações com torcidas já conhecidas como muito violentas em São Paulo e no Rio de Janeiro", observou o delegado. Segundo ele, as investigações apontam para um envolvimento da Torcida Jovem com a Jovem Fla (Flamengo) e a Independente (São Paulo).
Super Esportes PE
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