domingo, 3 de outubro de 2010

Romário muda velhos hábitos por espaço na política

Em 31 minutos, Romário demonstrou neste domingo que é outro - ainda que para se eleger deputado federal pelo Rio de Janeiro. Segundo colocado nas pesquisas, o ex-atacante deixou de lado velhos hábitos em razão da política. E fez questão de exibir sua nova versão enquanto votava em uma escola municipal do bairro de Parada de Lucas, na Zona Norte da cidade.

A começar pela pontualidade. Romário sempre teve problemas com compromissos - em setembro do ano passado, por exemplo, chegou cerca de 2h atrasado ao evento de filiação ao Partido Socialista Brasileiro (PSB). Neste domingo, deveria estar às 10h30 no local de votação. Às 10h29, seu carro, um utilitário importado repleto de adesivos de sua campanha, despontou na rua da escola.

O horário era novidade para Romário. Tradicionalmente, costuma votar à tarde, bem próximo do encerramento das eleições.

- Às cinco para as 17h, sempre - disse, rindo, um dos presidentes de seção da zona 177.

O dia começou cedo para o Baixinho, algo também incomum em sua vida. Às 7h30, já estava de pé. Culpa do nervosismo e da exaustão causada pelos intensos três meses de campanha. Na última semana, admitiu a amigos que estava cansado. Alguns brincaram que ele havia corrido mais no corpo a corpo das ruas do que nos últimos anos como jogador.

- Ele acordou antes do despertador tocar, sendo que nem precisava, poderia ter dormido um pouco mais - disse Isabella Bittencourt, esposa do ex-craque, enquanto o aguardava do lado de fora da sessão eleitoral de número 106.

Logo após estacionar seu carro, já começou a ser abordado por pessoas. Se fossem apenas fãs, certamente distribuiria meia dúzia de autógrafos, tiraria algumas fotos e seguiria seu caminho. Como se tratava de eleitores, teve impressionante paciência. Cumprimentou, abraçou e falou com todos que o interpelaram.

Ao chegar na sua seção, encontrou uma fila de três pessoas. Respeitou a ordem e, cerca de cinco minutos depois, se dirigiu à cabine de votação. Com os números de seus candidatos na cabeça, levou exatos 50 segundos.

A mesma calma que demonstrou na chegada valeu para a saída. Depois de atender à imprensa, falou, por iniciativa própria, com todos que estavam na entrada da escola. Distribuiu mais autógrafos e posou para fotos - até quando não havia câmeras para registrar.

Romário se portou como a cartilha dos políticos manda. O processo não foi dos mais simples. Durante a campanha, mostrou um pouco seu lado natural, com mudanças de agenda e decisões de última hora - a conhecida imprevisibilidade que marcou o Baixinho, principalmente dentro de campo. Resquícios de um craque que ainda tenta se sentir tão à vontade na política como na grande área.

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