sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Contra América, Timbu começa returno para repetir feito de Roberto Fernandes no ABC

Diego Borges /Especial para o Diario 

 Quando foi em busca de Roberto Fernandes para comandar o Náutico nesta Série B, a diretoria do Náutico, certamente, considerou como um dos principais motivos o perfil de técnico motivador e o seu histórico em evitar rebaixamentos, inclusive salvando o Timbu da queda na Série A de 2007 e na Série B de 2010. O que a diretoria talvez não tenha se dado conta é a grande semelhança entre a atual situação do Náutico nesta Série B com a do ABC de 2013, quando o treinador evitou a queda do clube potiguar.

Coincidências não faltam. Elencos jovens, apostas em pratas da casa, reformulações no meio do ano e comando de Waldemar Lemos. Estes e outros fatores são compartilhados entre o ABC de 2013 e o Náutico de 2017. Porém, nenhuma semelhança é maior que os números na virada do turno. Ambas equipes completaram os primeiros 19 jogos com 14 pontos somados e apenas três vitórias conquistadas. A chance de repetir o passado e livrar um time da degola aparece novamente às 21h30 desta sexta-feira, diante do América-MG, no estádio Independência.
Antes disso, o técnico Roberto Fernandes listou as diferenças nos dois contextos e traçou uma série de recomendações que o Náutico precisa seguir, do ‘dever de casa’ à presença da torcida, para repetir o êxito do clube alvinegro.

Elenco semelhantes

Segundo o técnico, os elencos apresentam um perfil semelhante, com atletas de potencial de crescimento no futebol. Atletas emprestados por outros clubes e pratas da casa reaproveitados fazem parte das duas realidades.

“Os atletas que participaram daquela campanha, a grande maioria deles, deram um pulo nas suas carreiras. O Renato, lateral que era do Sport e estava na reserva, acabou encaixando e foi para o Fluminense. O Giovanni Augusto, que já tinha passado no Náutico e treinava separado no Atlético-MG, dali voltou como titular para o Atlético-MG e depois foi para o Corinthians. Edson, que era um zagueiro pouquíssimo utilizado, nós transformamos ele em volante e, do ABC, foi se tornar titular no Fluminense. Muitos jogadores deram um salto na sua carreira e eram atletas com uma característica muito parecidas com o que a gente tem hoje. São jogadores promissores, mas que ainda não são uma realidade dentro do futebol.”

O que o ABC tinha que o Náutico não terá?

Mais tempo e contratações. Em 2013, Roberto Fernandes assumiu o ABC na 14ª rodada da Série B, com cinco rodadas a mais e um pouco mais de tempo que desta vez, no Náutico. Esse período também permitiu ao técnico avaliar um bom número de contratações junto à diretoria alvinegra. Possibilidade que no Náutico está reduzida a apenas três atletas e a um orçamento enxuto. “Naquela época, nós tivemos uma possibilidade que não temos hoje, que é de contratação. Pudemos fazer entre oito e dez contratações além do elenco que estava, além da saída de alguns atletas que não vinham rendendo”, comparou o técnico.

O que o ABC tinha que o Náutico pode ter?

Se impor como mandante. Antes de Roberto Fernandes assumir o ABC em 2013, o time tinha um aproveitamento de apenas 33,3% no Frasqueirão, enquanto o Timbu somou apenas 14,8% em casa, antes do treinador, nesta Série B. Após a chegada do treinador em Natal, o rendimento do ABC em casa atingiu a grande marca de 86,1%. No Náutico, o time conseguiu o seu primeiro triunfo na Arena pela Série B.

“Naquele ano, nós fizemos prevalecer o mando de campo. O ABC, em casa, venceu todos os times que estavam no G4. Chapecoense, Palmeiras, até o próprio América-MG, todo mundo. No Frasqueirão, quem mandou foi o ABC. Nós conseguimos isso aproveitamento praticamente de 100%. E fora de casa conseguimos, em nove jogos, 'beliscar’ duas vitórias que foram o suficiente. Tanto que, no último jogo, fizemos um 'amistoso' fora de casa. A gente tinha escapado com uma rodada de antecedência, mesmo com essa crise em que o time estava”, lembrou Roberto Fernandes.

Outro fator fundamental é a ajuda da torcida. Nos sete primeiros jogos no Frasqueirão, estádio com capacidade até cerca de 18 mil espectadores, a média por partida era de 1.985 torcedores. Com o treinador, o número praticamente triplicou, atingindo a média de 6.064 torcedores por jogo, chegando a suportar 15.636 na partida contra o Palmeiras. Hoje, no Náutico, a média do primeiro turno fechou em 4,5 mil - além do jogo de portões fechados na estreia. “A torcida fez toda a diferença. Nós tivemos uma superlotação no Frasqueirão em praticamente todos os nossos jogos, principalmente nos decisivos”, afirma o técnico.

ABC sem Roberto Fernandes

Total - 1V 4E 8D - 17,9% de aproveitamento
Casa - 1V 4E 2D -  33,3% de aproveitamento
Média de Público: 1.985 torcedores

ABC com Roberto Fernandes

Total - 12V  3E  10D -  3900/75 - 52%
Casa - 10V 1E 1D - 3100/36 - 86,1%
Média de Público: 6.064 torcedores

Ficha do jogo

América-MG

João Ricardo; Zé Ricardo, Messias, Rafael Lima e Giovanni; Juninho, Ernandes, Renan Oliveira e Matheusinho; Luan e Hugo Almeida. Técnico: Ederson Moreira.

Náutico

David, Feliphe Gabriel, Breno Calixto e Manoel; Amaral, Willian Schuster (Aislan), Diego Miranda e Bruno Mota; Erick e Gilma. Técnico: Roberto Fernandes.
Local: Arena Independência (Belo Horizonte). Horário: 21h30. Árbitro: Rodolpho Marques (PR/Fifa). Assistentes: Rafael Trombeta (PR) e Victor Hugo Santos (PR).

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