Paulo Passos
Do UOL, em São Paulo
Ainda que o presidente da Fifa, Joseph Blatter, se negue a anunciar
qualquer decisão sobre a situação de João Havelange como presidente de
honra da entidade, a saída do cartola está cada vez mais iminente. Uma
decisão do Comitê Executivo piorou a situação de Havelange, que comandou
a Fifa por mais de vinte anos e foi condenado pela Justiça Suíça por
receber suborno da ISL em negociações. O órgão da entidade decidiu que o
Comitê de Ética julgará casos de suborno e corrupção independentemente
de quando eles ocorreram.
“Tomamos uma decisão importante hoje. Não há prescrição para casos de
corrupção e suborno”, afirmou o presidente da Fifa, Joseph Blatter, em
entrevista coletiva na sede da entidade em Zurique. Com isso, o caso do
cartola brasileiro, que recebeu propina na década de 90 nas negociações
da venda de direitos de transmissão para as Copas de 2002 e 2006, será
analisado pelo Comitê de Ética da Fifa.
Nesta terça-feira, houve uma reunião extraordinária do Comitê Executivo
da entidade máxima do futebol. No encontro foi aprovado o novo código
de ética e a criação de duas câmaras, uma da de investigação e outra
judicial, para analisar os desvios éticos dos membros da Fifa.
Perguntado sobre uma possível saída de Havelange da Fifa, Blatter se
esquivou e disse que uma decisão será tomada pelo Congresso da entidade,
que está marcado para os dias 30 e 31 de maio de 2013. “Não falamos
sobre isso hoje. Isso é uma assunto do congresso. O Comitê de Ética é
que vai analisar esse caso”, afirmou o mandatário da entidade.
Presidente de honra da Fifa, João Havelange, 96 anos, vive atualmente
no Rio de Janeiro. Em 2011, quando o COI (Comitê Olímpico Internacional)
anunciou que iria investigar o caso ISL, o dirigente brasileiro
renunciou ao cargo vitalício na entidade, alegando problemas de saúde.
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