Sem medo do desafio. Foi essa a mensagem que o técnico Nelsinho Batista
passou ao ser apresentado como novo técnico do Sport. Após nove anos
consecutivos no Japão, o comandante do Leão para a temporada 2018
afastou os rumores que estaria desatualizado em relação ao futebol
brasileiro, fato de maior preocupação entre os torcedores leoninos.
“Eu acho que, mesmo longe, a internet proporciona um acompanhamento
de perto e isso deixa que você fique com uma atualização dentro do
futebol brasileiro. Tivemos um campeonato bastante emocionante. Tanto na
disputa dos primeiros lugares e na disputa contra o rebaixamento”,
afirmou Baptista.
A fala pode soar superficial,
mas, durante a entrevista coletiva, o técnico mostrou que estava mais
atento ao que acontecia no Brasil do que se esperava. Cabia a ele
indicar atletas estrangeiros para o Vissel Kobe, seu último clube no
Japão.
“Eu tenho no futebol japonês 14 anos,
sendo nove anos seguidos agora. 40% eu falava japonês e 60% era
intérprete. Por isso falo que é mais fácil que estar em um grupo
brasileiro do que em um japonês. Eu tinha que estar ligado no mercado
brasileiro porque lá o técnico é o responsável por contratar
estrangeiros. Não parei de observar o mercado brasileiro. Não deixei de
me atualizar.”
Um dos modos de se atualizar foi
além de ver jogos e perguntar sobre jogadores. Conversar com o filho
Eduardo Baptista ajudou a se aprofundar sobre atletas e esquemas dos
times. A última conversa entre eles com certeza teve futebol como
assunto principal, mas também foi de felicitações pelo novo emprego. “Eu
converso com o Eduardo sobre o futebol brasileiro sempre que nos
encontramos ou nos telefonamos. Logicamente, posso dizer que ele ficou
muito feliz de eu ter vindo para cá. Ele falou que iria encontrar
pessoas que iriam me ajudar muito e que iria me dar retaguarda. Ele
ficou muito feliz e também estou feliz.”
Apesar de
todos os questionamentos e dúvidas sobre o seu desempenho, Nelsinho fez
questão de lembrar que o dia é de alegria. Voltar ao Recife é fazer o
técnico se sentir em casa novamente, mas ciente de que o trabalho terá
que ser grande se deseja voltar a repetir campanhas como a de 2008,
quando o clube foi campeão da Copa do Brasil.
“O
sentimento hoje é de muita felicidade. Quando você pode retornar a uma
casa em que você ja esteve é um reconhecimento e uma valorização do seu
trabalho por suas atitudes, decisões. A minha responsabilidade é muito
grande. Falam que o Nelsinho está voltando para um lugar em que ele é
muito querido. a minha responsabilidade é fazer um trabalho vitorioso
como foi no passado. Eu não gosto de prometer nada. O que posso falar
para você é que vim para cá para trabalhar. Vim para organizar o Sport
dentro do campo. Vim para orientar os atleta e cobrá-los. O que
aconteceu em 2008, não foi por acaso. Foi trabalho. Não foram três
meses. Foram quase dois anos. Venho mais motivado ainda e encontro um
Sport muito melhor em infraestrutura. Lutamos muito por isso naquela
época. O Sport pode não ter ganhado dentro do campo como naqueles dois
anos, mas ganhou fora de campo.”
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