Do Jornal do Commercio
Artilheiro do Sport na Série B do Campeonato Brasileiro com 14 gols, o atacante Ciro protagonizou uma cena bastante deselegante no último sábado. Ao ser substituído pelo técnico Geninho, o jogador não foi cumprimentar o companheiro Eliandro, que estava entrando em seu lugar. E, para completar, deu vários chutes e murros nas paredes do banco de reservas, situação parecida com a criada pelo atacante santista Neymar, que disparou ofensas ao treinador Dorival Júnior, durante o jogo contra o Atlético-GO.
Bastante experiente, o técnico Geninho não polemizou a situação, mas deu um recado muito claro para o jogador. Deixou claro que isso não o abala. “Ciro já estava meio perturbado tentando o gol e, por isso, o tirei. Não adiantava ficar em campo. Ele não tem que ficar dando chute na parede. Tem que dar chute na bola para que ela entre no gol. Não ligo nem um pouco para jogador que fica nervoso. Comigo não vai valer o nome e sim a produção. Só vai jogar se estiver produzindo”, disse o treinador, que aproveitou a oportunidade para contar uma de suas regras de trabalho.
“Aqui comigo tem uma regra muito clara. Quem não gosta de sair daqui a pouco não vai nem entrar. Eles precisam entender isso”, garantiu o técnico rubro-negro, que pode ter se referido ao meia Élton também com essa declaração.
Vale lembrar ainda que esse não foi o primeiro ato de rebeldia do jovem atacante rubro-negro. No último jogo antes da Copa do Mundo, quando o Sport venceu o América-RN, por 5x0, Ciro marcou três gols e reclamou publicamente do salário que recebia na entrevista coletiva. Já havia pedido também a interferência do técnico Geninho para resolver problemas particulares envolvendo seus pais. Além disso, as caras feias quando é substituído não são mais novidade.
De olho no jogo, Geninho não viu a atitude do jogador no banco de reservas, mas ficou sabendo pela imprensa e não deixou passar em branco. “Ele lutou muito no jogo. Marcou a primeira bola e está nitidamente evoluindo, mas precisa entender que o gol sai normalmente e não na marra. Aquela vontade de ser artilheiro, muitas vezes, atrapalha”, comentou Geninho.
Ao contrário de Ciro, Élton cumprimentou Fabrício e não ficou revoltado dentro do banco de reservas, mas na entrevista coletiva também disse que não gostou de sair. De forma bem mais política, ele chegou até a elogiar o seu substituto. “É claro que eu não gosto de sair do jogo. A gente quer sempre estar jogando. Fiquei um pouco chateado porque eu acho que estava bem, mas fiquei feliz também pela entrada do Fabrício”, contou o meia.
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