Vinicius Castro
Do UOL, no Rio de Janeiro
O Vasco tem um novo grupo político trabalhando nos bastidores para a
eleição presidencial de 2014. Capitaneada pelos ex-aliados de Roberto
Dinamite e que recentemente deixaram quatro vice-presidências, a
corrente de oposição já movimenta os corredores de São Januário e indica
que a disputa por alianças será intensa restando menos de dois anos
para o pleito. Isolado na crise do clube, o atual mandatário ainda não
definiu a estratégia, mas vê crescer a rejeição entre conselheiros e
associados.
Fred Lopes, José Pinto Monteiro, José Hamilton Mandarino e Nelson Rocha
ocuparam as vice-presidências de patrimônio, esportes olímpicos e
responsabilidade social, futebol, e finanças, respectivamente. Após
desentendimentos e incompatibilidade de ideias com Roberto Dinamite, os
quatro deixaram a diretoria. Pilares de sustentação da gestão atual, o
quarteto decidiu formar um grupo político para uma oposição “light” até o
momento contra o presidente.
Cerca de 30 conselheiros da situação se juntaram rapidamente ao processo
da nova corrente política. Na última semana, ocorreu um jantar em uma
churrascaria da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro. O
encontro marcou a primeira reunião de diretrizes para o lançamento de
uma provável chapa no pleito de agosto de 2014. Embora, evitem comentar
sobre a eleição, o grupo trabalha com a possibilidade.
A ideia é deixar o presidente Roberto Dinamite encerrar o mandato atual
sem uma crise política ainda mais intensa. Os novos oposicionistas não
tomarão partido da situação. Porém, asseguram que não terão problemas em
votar a favor de Dinamite no conselho em caso de melhor decisão para o
Vasco.
“Houve uma incompatibilidade com o presidente. Estamos conversando para
discutir o Vasco e acompanhar os rumos. Acredito que esse é o caminho
para um grupo político. Ainda é um pouco cedo para falar de eleição, mas
a tendência é a de lançarmos um candidato. Não sei se venho na cabeça
da chapa ou qualquer outro nome. Não concordamos com a forma como o
clube está sendo administrado e as consequências estão aí. Mas, no
momento, a nossa posição é de não atrapalhar a administração do
presidente. O fato é que não estaremos com o Roberto e nem sequer com
quem ele apoiar nas eleições. No meio do ano que vem teremos um nome
definido e todo o processo eleitoral mais claro”, afirmou ao UOL Esporte o ex-vice de patrimônio do clube, Fred Lopes.
A tendência momentânea é que Dinamite tente a reeleição, embora a
questão não seja vista com bons olhos até por alguns aliados da
situação. Além do recente grupo formado pelos dissidentes, existem mais
quatro correntes políticas: a Cruzada Vascaína, presidida por Leonardo
Gonçalves, segundo lugar no último pleito, o Casaca, que tem como apoio o
ex-presidente Eurico Miranda, o MUV, corrente da situação em 2008 e que
enfrentou problemas com o passar do tempo, e Fernando Horta, presidente
da Unidos da Tijuca e que assegurou sua candidatura independente.
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