quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Tumultos e morte marcam a busca por ingressos para Flu x Guarani

Um dia triste para o torcedor tricolor. Marcado pelo sofrimento, pela total desorganização da empresa contratada para comercializar os ingressos e pelo descaso das autoridades. E, infelizmente, trágico. Evangelista Martins Freire, de 52 anos, morreu após sofrer um infarto na fila formada nas Laranjeiras. Quem tentou comprar ingressos para a partida decisiva entre Fluminense e Guarani, nesta quarta-feira, enfrentou um cenário caótico. Foram 12 horas de confusão. Às 21h01m veio o anúncio de que os ingressos estavam esgotados.

As filas começaram a ser formadas na segunda-feira, quando ainda não havia qualquer informação oficial sobre preços e postos de venda. Mesmo com preços até 150% mais caros, os torcedores permaneceram plantados nos seis locais escolhidos - Engenhão, Laranjeiras, Gávea, Arena da Barra, São Cristóvão e Niterói - para tentar comprar um dos 30.170 bilhetes. Uma prova de amor ao clube carioca, que conquistou o título brasileiro pela última vez em 1984.

Mas o roteiro parecia ser o mesmo de todas as vezes em que uma grande decisão se anuncia no país sede da Copa do Mundo de 2014: cadeiras de praia, colchões, esperança e muito sofrimento. Tinha tudo para não dar muito certo. E não deu.

Veja aqui mais detalhes da confusa venda de ingressos

A venda deveria começar às 9h da manhã desta quarta-feira. Mas problemas no sistema atrasaram a comercialização em alguns pontos do Rio de Janeiro. O nervosismo tomou conta dos torcedores. Principalmente em São Cristóvão e na Arena Olímpica da Barra. Veio o empurra-empurra, a gritaria, a confusão. Gente tentava furar as filas. Quem optou ficar em casa para tentar comprar pela Internet, se deu mal. A prometida venda pelo site Ingresso Fácil - anunciada pela diretoria tricolor - não aconteceu. Desde cedo o site ficou fora do ar, o que gerou muitas reclamações de torcedores nas redes sociais.

A burocracia, a desorganização e o pequeno número de guichês fez a venda ser lenta. Um ponto crítico foi a informação sobre o número de ingressos permitidos por pessoa. Na última terça-feira, havia sido divulgado oficialmente que cada torcedor poderia comprar três ingressos. Mas em quase todos os postos houve registro de quem só pode comprar dois. Na Arena Olímpica, na Barra da Tijuca (zona Oeste do Rio de Janeiro), chegou a ser divulgado que cada torcedor só poderia comprar um ingresso, o que gerou revolta.

Em São Cristóvão, havia inclusive um cartaz em que se dizia que só seriam liberadas duas entradas por CPF. Uma falha que virou mero detalhe diante de algo bem mais grave: apenas uma bilheteria para atender a milhares de torcedores. A Polícia Militar precisou usar de violência para acalmar os tricolores.

Tensão no ar, acusações e morte nas Laranjeiras

A documentação também foi uma questão delicada. Na Arena da Barra, cada torcedor demorava em média dez minutos para comprar seus ingressos devido ao cadastro do CPF. Em outros locais, o documento era ignorado. Em nome da agilidade, o rigor para evitar que a mesma pessoa entrasse na fila duas vezes virou vista grossa. Todas as bilheterias passaram a não exigir CPF por volta das 11h.

Globo.com

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