Pouco mais de 10h no Recife. Num dos cantos do campo auxiliar da Ilha do Retiro, que passa por reforma, Juninho Pernambucano se aquece para iniciar um treino físico, ao lado do sobrinho, Luiz Henrique. O sol está a pino, mas nada que incomode o jogador, que pediu para manter a forma no clube que o revelou. Em janeiro, ele volta à sua atual equipe, o Al-Gharafa, do Catar. Quer estar pronto para continuar a briga para conquistar o tetracampeonato nacional.
Aos 36 anos, Juninho tem mais seis meses de contrato para cumprir pelo Gharafa. Em 2009, assinou por dois anos com a equipe do Catar após oito temporadas no Lyon, da França. Desde que deixou o futebol francês, o jogador vem sendo o sonho de consumo de muitos clubes, mas dois, em especial, se destacam, pelo significado que têm na carreira dele: Sport, que o revelou, e Vasco, onde fez história conquistando títulos importantes.
Por outro lado, a aposentadoria também se mostrou como uma possibilidade. Na verdade, a ideia ainda passa pela cabeça de Juninho. Mas futuro, neste momento, é algo que o jogador não quer pensar. Ou pelo menos evita falar. As especulações são muitas. A volta para o Vasco é sempre noticiada pela imprensa carioca. Para o torcedor do Sport, seria um sonho vê-lo encerrar a carreira com a camisa rubro-negra.
"Sinceramente, não sei o que vou fazer quando o meu contrato acabar. Nem quero pensar nisso agora. Até o meio do ano (2011), vou me concentrar no Gharafa. Também não vou mais determinar uma data para parar", afirmou Juninho. "A única coisa certa é o que vou fazer depois de parar. Já falei isso outras vezes. Quero continuar no futebol, em outra função."
Fala rápida, mas bem explicada, o sotaque que nunca o deixou. Durante a conversa com o Superesportes, Juninho deu a entender que busca o sossego, o que no mundo do futebol é complicado. Mas foi algo que ele encontrou no futebol do Catar. Mora numa cidade com nível de primeiro mundo, não precisa concentrar ou viajar, treina apenas um período, embora forte, e sempre após os jogos volta para casa.
Bem diferente do que encontraria no Brasil. Sobre uma possível volta, Juninho se mostra um pouco temeroso com certos pontos. Como o físico, por exemplo. Ele ressalta que o futebol brasileiro, há algum tempo, vem deixando de ser técnico para ser mais físico. Além disso, há também a questão da adaptação e ele lembra de jogadores (sem citar nomes) que voltaram ao País e tiveram dificuldade com isso, não conseguindo render o esperado.
"Me preocupa o ritmo, as viagens, concentração, cobrança, que acho normal e não temo. Precisa também de adaptação. Estou há dez anos longe do Brasil e o futebol mudou muito aqui. Seria muito legal (voltar), mas acho melhor deixar uma imagem boa para o torcedor", contou Juninho.
Super Esportes
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