sexta-feira, 26 de abril de 2013

Polícia investiga espancamento de Bernardo em favela carioca

 Por Gustavo Rotstein Rio de Janeiro

O apoiador Bernardo tomou um enorme susto no último domingo, dia 21. O jogador do Vasco foi sequestrado e agredido por traficantes dentro do Complexo da Maré. O motivo teria sido o seu envolvimento com Daiane Rodrigues, supostamente uma das mulheres de Marcelo Santos das Dores, o Menor P, líder do tráfico no local.
Bernardo e Daiane teriam sido flagrados por bandidos na Favela Salsa e Merengue, e de lá levados para uma casa no Morro do Timbau, onde teriam sido amarrados com fita crepe, torturados e espancados. Daiane - que, segundo uma testemunha, levou sete tiros nas pernas - foi libertada e tentou atendimento no Hospital Paulino Werneck, mas não conseguiu. Ela acabou sendo internada no Hospital Souza Aguiar, onde permaneceu até esta quinta-feira. O caso está sendo investigado pela 21ª Delegacia Policial (Bonsucesso).

Bernardo informou o Vasco sobre o crime também nesta quinta. O diretor Renê Simões confirmou que conversou com o atleta.
- Falei com o Bernardo há pouco tempo, e a nossa prioridade é dar apoio total ao jogador. Claro que o Vasco não quer ver seu nome envolvido em qualquer coisa que não seja da esfera desportiva. Mas entende que o atleta deve receber suporte do clube em qualquer situação, enquanto os procedimentos legais são tomados - disse.
A polícia recebeu a informação de que Bernardo estaria acompanhado de dois outros jogadores - um de um time carioca, e o outro de um time paulista, ambos criados na Maré. Um deles teria "salvado" Bernardo, argumentando com os traficantes que, se o jogador morresse, "a favela teria UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no dia seguinte".
Bernardo está em recuperação de uma lesão no joelho e tem cirurgia marcada para o dia 1º de maio. A previsão é de que ele só retorne aos gramados no fim do ano. René Simões não quis antecipar se o episódio ocorrido fora de campo pode resultar em multa disciplinar ao jogador, que tem contrato com o Vasco até 2015.
- Uma coisa é o contrato de trabalho CLT, a outra é o contrato de imagem, que no caso do Bernardo não existe. Primeiro é preciso pensar no lado humano, e depois, no jurídico. Como tomamos conhecimento hoje, ainda não conversei com os advogados do clube - explicou.

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