Por Gustavo Rotstein
Rio de Janeiro
O apoiador Bernardo
tomou um enorme susto no último domingo, dia 21. O jogador do Vasco foi
sequestrado e agredido por traficantes dentro do Complexo da Maré. O
motivo teria sido o seu envolvimento com Daiane Rodrigues, supostamente
uma das mulheres de Marcelo Santos das Dores, o Menor P, líder do
tráfico no local.
Bernardo e Daiane teriam sido flagrados por bandidos na Favela Salsa e
Merengue, e de lá levados para uma casa no Morro do Timbau, onde teriam
sido amarrados com fita crepe, torturados e espancados. Daiane - que,
segundo uma testemunha, levou sete tiros nas pernas - foi libertada e
tentou atendimento no Hospital Paulino Werneck, mas não conseguiu. Ela
acabou sendo internada no Hospital Souza Aguiar, onde permaneceu até
esta quinta-feira. O caso está sendo investigado pela 21ª Delegacia
Policial (Bonsucesso).
Bernardo informou o Vasco sobre o crime também nesta quinta. O diretor Renê Simões confirmou que conversou com o atleta.
- Falei com o Bernardo há pouco tempo, e a nossa prioridade é dar apoio
total ao jogador. Claro que o Vasco não quer ver seu nome envolvido em
qualquer coisa que não seja da esfera desportiva. Mas entende que o
atleta deve receber suporte do clube em qualquer situação, enquanto os
procedimentos legais são tomados - disse.
A polícia recebeu a informação de que Bernardo estaria acompanhado de
dois outros jogadores - um de um time carioca, e o outro de um time
paulista, ambos criados na Maré. Um deles teria "salvado" Bernardo,
argumentando com os traficantes que, se o jogador morresse, "a favela
teria UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) no dia seguinte".
Bernardo está em recuperação de uma lesão no joelho e tem cirurgia
marcada para o dia 1º de maio. A previsão é de que ele só retorne aos
gramados no fim do ano. René Simões não quis antecipar se o episódio
ocorrido fora de campo pode resultar em multa disciplinar ao jogador,
que tem contrato com o Vasco até 2015.
- Uma coisa é o contrato de trabalho CLT, a outra é o contrato de
imagem, que no caso do Bernardo não existe. Primeiro é preciso pensar no
lado humano, e depois, no jurídico. Como tomamos conhecimento hoje,
ainda não conversei com os advogados do clube - explicou.
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