POSTADO POR Thiago Wagner da Silva
Sinceramente, ainda estou tentando encontrar palavras para o que está
virando a cobertura futebolística em Pernambuco, principalmente em
clássicos. A cada dia sinto que estamos saindo da editoria de esportes e
caminhando para as páginas policiais. Nesse domingo, antes e após o
clássico entre Santa Cruz e Sport, no Arruda, pelo Pernambucano, não foi
diferente. O futebol dentro de campo foi obrigado a ceder parte do seu
espaço para os atos lamentáveis fora do estádio.
O que me deixa ainda mais chateado, para não dizer outra palavra, é a
falta de punição para os infratores. O que vai acontecer com os
integrantes da gangue que roubaram dois torcedores do Santa Cruz e
agrediram a reportagem do Jornal do Commercio nesse domingo? E com o
motorista que apontou a arma para o ônibus do Sport segundo relato dos
próprios jogadores do clube? Isso porque estou pegando apenas dois
exemplos. A verdade é que outros delitos ocorreram, infelizmente.
Até acredito que tivemos avanços com a proibição das organizadas nos
estádios, mas essa medida é apenas o início do problema. Ontem, por
exemplo, as organizadas foram para o clássico, sem a camisa e o material
do grupo, e cantaram os hinos já conhecidos dessas torcidas. Qualquer
torcedor com um pouco de vivência nos estádios sabe disso. E aí? Estão
proibidas ou não?
Onde está o cadastro para os torcedores da organizadas tão divulgado
depois que o torcedor Lucas Lyra, do Náutico, foi baleado, no dia 16 de
fevereiro? Lembro que além desse cadastro, havia o estudo de outras
medidas, que entrariam em vigor dentro de 60 dias, a contar a data da
divulgação, no dia 18 de fevereiro. Onde estão? São 57 dias já. O prazo
está perto do limite.
No entanto, as organizadas não são as únicas culpadas. Bandido há em
todo canto. Há aqueles que nem chegam a entrar no estádio de futebol, ou
seja, só vão para causar tumulto e cometerem crimes. Os pontos de
assaltos, espancamentos e outros delitos também são conhecidos. É lógico
que a polícia não é onipresente, senão seria Deus e não polícia. Mas é
incrível como os mesmo crimes se repetem nos mesmos locais. O que
acontece?
Como já dito, além de usar uma canetada para vetar sicrano ou beltrano,
é preciso fiscalizar e punir os bandidos infiltrados no futebol.
Impedir uma camisa, ou três, não resolve o problema da violência. É
preciso dar um basta para a impunidade.
Otimista, encerro este texto acreditando no bem. Quero crer que um dia
poderemos ir ao estádio sem a preocupação de não ser roubado ou de até
mesmo não voltar. Quero confiar no poder público para que ocorra a
punição aos infratores. E quero ter fé que a sociedade dê um grito de
basta. Está difícil, é verdade, mas não está impossível, ainda.
O texto não reflete necessariamente a opinião de toda a equipe do Blog do Torcedor e do Portal NE10.
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