segunda-feira, 15 de abril de 2013

Esportes? Futebol agora é assunto para caderno de polícia

 POSTADO POR Thiago Wagner da Silva

Sinceramente, ainda estou tentando encontrar palavras para o que está virando a cobertura futebolística em Pernambuco, principalmente em clássicos. A cada dia sinto que estamos saindo da editoria de esportes e caminhando para as páginas policiais. Nesse domingo, antes e após o clássico entre Santa Cruz e Sport, no Arruda, pelo Pernambucano, não foi diferente. O futebol dentro de campo foi obrigado a ceder parte do seu espaço para os atos lamentáveis fora do estádio.

O que me deixa ainda mais chateado, para não dizer outra palavra, é a falta de punição para os infratores. O que vai acontecer com os integrantes da gangue que roubaram dois torcedores do Santa Cruz e agrediram a reportagem do Jornal do Commercio nesse domingo? E com o motorista que apontou a arma para o ônibus do Sport segundo relato dos próprios jogadores do clube? Isso porque estou pegando apenas dois exemplos. A verdade é que outros delitos ocorreram, infelizmente.

Até acredito que tivemos avanços com a proibição das organizadas nos estádios, mas essa medida é apenas o início do problema. Ontem, por exemplo, as organizadas foram para o clássico, sem a camisa e o material do grupo, e cantaram os hinos já conhecidos dessas torcidas. Qualquer torcedor com um pouco de vivência nos estádios sabe disso. E aí? Estão proibidas ou não?

Onde está o cadastro para os torcedores da organizadas tão divulgado depois que o torcedor Lucas Lyra, do Náutico, foi baleado, no dia 16 de fevereiro? Lembro que além desse cadastro, havia o estudo de outras medidas, que entrariam em vigor dentro de 60 dias, a contar a data da divulgação, no dia 18 de fevereiro. Onde estão? São 57 dias já. O prazo está perto do limite.

No entanto, as organizadas não são as únicas culpadas. Bandido há em todo canto. Há aqueles que nem chegam a entrar no estádio de futebol, ou seja, só vão para causar tumulto e cometerem crimes. Os pontos de assaltos, espancamentos e outros delitos também são conhecidos. É lógico que a polícia não é onipresente, senão seria Deus e não polícia. Mas é incrível como os mesmo crimes se repetem nos mesmos locais. O que acontece?
Como já dito, além de usar uma canetada para vetar sicrano ou beltrano, é preciso fiscalizar e punir os bandidos infiltrados no futebol. Impedir uma camisa, ou três, não resolve o problema da violência. É preciso dar um basta para a impunidade.

Otimista, encerro este texto acreditando no bem. Quero crer que um dia poderemos ir ao estádio sem a preocupação de não ser roubado ou de até mesmo não voltar. Quero confiar no poder público para que ocorra a punição aos infratores. E quero ter fé que a sociedade dê um grito de basta. Está difícil, é verdade, mas não está impossível, ainda.
O texto não reflete necessariamente a opinião de toda a equipe do Blog do Torcedor e do Portal NE10.

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