quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Bota inicia fase internacional na Sul-Americana por status

Marcelo Benevides e Vinícius Perazzini
Publicada em 29/09/2011 às 07:13
Rio de Janeiro (RJ)

De geração em geração, o Botafogo viu sua tradição crescer muito em função de um passado glorioso. Nesta quinta-feira, contra o Independiente Santa Fé (COL), com transmissão em tempo real pelo LANCENET!, às 21h30, mais que disputar uma simples partida, o Alvinegro tentará escrever uma história que ainda não ecoou no exterior.

Pródigo em revelar craques, conquistar títulos regionais e nacionais, o Botafogo ainda precisa repetir grandes feitos de um tempo distante também no âmbito internacional. O jogo contra os colombianos recoloca o time num cenário que parece desconhecido.

Com o início da fase internacional da Copa Sul-Americana, o Botafogo tem nova chance de começar a mudar uma trajetória tortuosa. Esta será a terceira participação no torneio. Ao todo, foram apenas oito aparições continentais, contando Libertadores e Conmebol (antiga Sul-Americana). Muito pouco para um clube que tem o desejo de expandir sua marca.

– O processo de consolidar uma marca passa por várias circunstâncias. Ajuda ter jogadores de outros países. Mas a dinâmica vai muito além disso. É preciso ter um planejamento para ações internacionais – avisou o diretor de marketing do clube, Marcelo Guimarães.

Loco Abreu pode ser uma espécie de embaixador alvinegro. Mesmo com um time desfigurado, ele estará em campo para fortalecer o ataque e – quem sabe? – representar o projeto de reconhecimento fora do país. Como bom exemplo, o Botafogo pode se espelhar no São Paulo. Com vários títulos internacionais, o clube pode ensinar o caminho a ser trilhado de como lucrar com as glórias.

– Quando se conquista um título internacional, a procura por patrocínios é muito maior. Há ainda um aumento considerável nas receitas de bilheterias – disse o diretor de marketing tricolor, Rogê David.

EXEMPLO TRICOLOR PODE INSPIRAR PLANEJAMENTO

É notório que uma conquista internacional dá a um clube um patamar diferenciado. O Botafogo ainda não tem um projeto fechado de expansão da marca no exterior. Mas pode usar o São Paulo como uma referência de como lidar com a projeção alcançada fora do país.

Campeão da Libertadores em três oportunidades, o Tricolor soube capitalizar o sucesso. Além da visibilidade aumentada, o clube viu a receita com as bilheterias crescer consideravelmente. Em jogos do torneio é comum o Morumbi receber uma média de público acima de 30 mil pessoas.

– A nossa torcida adotou a Libertadores como a competição mais importante. Em 2005 (ano do título), na final do campeonato, cobramos ingressos mais caros e ficou lotado – recordou o diretor de marketing Rogê David.

Outra questão favorável para quem disputa competições internacionais é o contrato de patrocínio. O diretor disse que as empresas reajustam valores, caso o time participe de torneios continentais.

Portanto, se o Botafogo pretende ter as suas fontes de recursos turbinadas precisa olhar com carinho além do Brasil. O time disputou uma partida internacional, pela última vez, em 2009.

BATE BOLA COM

Marcelo Guimarães, Diretor de Marketing do Botafogo

O que o clube tem já planejado para entrar no mercado exterior?
Até aqui, estamos em processo embrionário com relação ao assunto. Estudamos explorar a imagem do Loco Abreu e do Herrera pela América do Sul. Inicialmente, por meio de imagens. Artes estão sendo elaboradas com o uruguaio e com o argentino.

Qual é o potencial de Loco Abreu e Herrera como produtos?
Abreu é um personagem marcante, um produto interessantíssimo. Já Herrera representa o melhor do espírito argentino. Ambos têm características positivas.

COM A PALAVRA

Rogê David, diretor de marketing do São Paulo

A repercussão de qualquer competição internacional é muito grande. Na América do Sul, acaba tendo uma exposição de marca muito maior. Isso ajuda a captar patrocínios no mercado externo. A exposição aumenta muito mais. É difícil fazer o cálculo do quanto se aumenta ao certo porque tudo depende do momento da economia. É impossível mensurar a valorização da marca, pois a procura por patrocínios pontuais também é muito maior. É impossível mensurar o lucro com exposição

GLÓRIAS E VEXAMES

Copa Conmebol de 1993 - Nos moldes parecidos com a Sul-Americana. Única conquista internacional de expressão do Botafogo, que bateu o Peñarol (URU).

Sul-Americana de 2007 - Nas oitavas, eliminação para o River Plate (ARG) em jogo traumático. Derrota por 4 a 2 após estar na frente por 2 a 1 até 28 do segundo tempo. Gol sofrido nos acréscimos tirou a vaga.

Sul-Americana de 2008 - Vendo o Botafogo ser eliminado para o Estudiantes (ARG), o zagueiro André Luis se revoltou com cartão amarelo levado, pegou o cartão do árbitro e o mostrou ao próprio juiz. Papelão nas quartas de final.



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