Alexandre Barbosa - Diario de PernambucoSALVADOR - Um Brasil em crescente e 100%. Três jogos,
três vitórias, classificação em primeiro lugar no grupo A da Copa das
Confederações. A Itália não foi páreo para a Seleção. Nem quando apostou
na retranca, nem quando saiu para o jogo. Numa tarde inspirada de Fred,
que desencantou e marcou duas vezes, a equipe brasileira construiu um
placar de respeito sobre o rival histórico: 4 a 2. Classificadas, as
seleções esperam, agora, seus adversários. Espanha ou Uruguai. Na outra
partida do grupo, o México venceu o Japão por 2 a 1.
O início de
jogo foi alucinante, com o Brasil pressionando a Itália no seu campo de
defesa. A primeira chance surgiu com poucos segundos de partida, com
Hulk, que bateu cruzado para a defesa de Buffon. Desde os primeiros
minutos ficaram claras as posturas das duas equipes. A Seleção manteve o
seu estilo e esquema de jogo, com duas linhas ofensivas de quatro
jogadores cada. Já os italianos preferiram a cautela, com linhas
defensivas de quatro atletas na defesa e cinco no meio-campo.
A
retranca italiana era forte. A dupla de zaga tem um bom porte físico e
seguia Neymar de perto. Jogando de costas para o gol, Fred tinha
dificuldade também. Oscar, mal mais uma vez, não criava as jogadas
ofensivas. Dessa maneira, foi um jogo de poucas oportunidades. Embora
tenha finalizado sete vezes no primeiro tempo, sendo quatro no gol, após
o lance do início com Hulk o Brasil só voltou a assustar Buffon com
Neymar, aos 23 minutos.
Com tanta dificuldade, a salvação do
Brasil foi a bola parada. No último minuto do primeiro tempo, Neymar
cobrou falta na área, Fred cabeceou, Buffon defendeu e, no rebote, o
zagueiro Dante, que havia entrado no lugar de David Luiz, machucado,
tocou para o gol. A justiça no placar estava feita. A Seleção foi melhor
que a Itália, que praticamente não jogava, apenas marcava.
Um
cochilo na defesa, porém, e a Itália mostrou seu poder decisivo. Logo
aos cinco minutos do segundo tempo, Balotelli deu um passe genial para
Giaccherini, que, livre de marcação, avançou pela direita até a área e
bateu cruzado. Gol de empate italiano. O Brasil manteve a calma e a
proposta de jogo. E isso foi muito importante. Pouco tempo depois, aos
10, a Seleção estava na frente do placar novamente. Neymar, cobrando
falta magistral, fez 2 a 1.
O Brasil se encontrou,
definitivamente, no jogo no segundo tempo. A marcação da Itália afrouxou
e a Seleção jogava mais solta. Passe livre para o placar ser ampliado. O
que aconteceu aos 21 minutos. Marcelo fez um grande lançamento para
Fred que, como um bom centroavante, ganhou no corpo do zagueiro e
finalizou com força para o gol. A Itália, no entanto, não estava morta.
Nunca está. Os italianos foram buscar o segundo gol, marcado por
Chiellini, aos 25, após cobrança de escanteio e pane geral na zaga
brasileira.
Se por um lado o futebol mais ofensivo da Itália no
segundo tempo proporcionou ao Brasil jogar mais solto, por outro também
trouxe perigo. Os italianos têm qualidade quando jogam com a bola no pé.
E assim estiveram próximos do empate, visto que a Seleção recuou um
pouco mais, principalmente após a entrada do volante Fernando na vaga de
Hulk. Maggio, de cabeça, acertou uma bola no travessão de Júlio César.
Foi por pouco.
A tranquilidade só veio no final. Numa jogada que
começou num desarme do volante Fernando, Marcelo recuperou a bola e
tocou para Bernard. O meia devolveu para o lateral que chutou para a
defesa de Buffon. No rebote, o sempre atento Fred, em posição regular,
tocou para o gol. Era o fim do jogo. Festa da Seleção. Festa na Bahia.
Ficha do jogo
Brasil
Júlio
César; Dani Alves, Thiago Silva, David Luiz (Dante) e Marcelo; Luiz
Gustavo, Hernanes e Oscar; Hulk (Fernando), Fred e Neymar (Bernard).
Técnico: Luiz Felipe Scolari.
ItáliaBuffon;
Abate (Maggio), Bonucci, Chiellini e De Sciglio; Montolivo
(Giaccherini), Aquilani, Candreva, Marchisio e Diamanti (El Shaarawy);
Balotelli. Técnico: Cesari Prandelli.
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