Por André Casado
Rio de Janeiro
À medida em que o tempo vai passando, a corda aperta cada vez mais o
pescoço do Vasco para manter Juninho. Sem solução financeira concreta
sobre o orçamento de 2013 e, principalmente, na esfera jurídica, a
respeito do bloqueio das receitas, a diretoria ainda não apresentou uma
proposta detalhada ao meia, que viajou para Recife, sua cidade natal,
nesta semana para ficar com a família até a virada do ano e pretende
acompanhar à distância os desdobramentos de sua renovação de contrato,
aguardando ansiosamente uma boa notícia que vire o jogo.
O empresário José Fuentes cuida da negociação, mas também pressiona o
clube carioca porque planejou ir para a França nesta época. Até aqui,
duas reuniões foram realizadas e apenas boas intenções foram postas à
mesa. O futuro sombrio deixa o Reizinho perto do New York RB, que o
aguarda com uma proposta e uma estrutura que o encantou. Apesar de não
haver prazo, a resposta deve ser dada no máximo até os primeiros dias de
janeiro. A Major League Soccer começa em fevereiro, e a pré-temporada
logo vai começar. Para evitar o assédio de rivais, seu nome saiu na pré-inscrição da competição. Isso sem contar com os trâmites burocráticos que ele e sua família teriam de encarar para morar nos Estados Unidos.
Em contrapartida, a vontade de ser útil ao Vasco em meio à dificuldade
adia o anúncio. Juninho ainda não consegue se ver longe de São Januário e
teme se arrepender de não ter encerrado a carreira com a camisa
cruz-maltina, como, a princiípio, selou a partir de maio de 2011. Chegou
a ser estudada a possibilidade de um retorno em 2014 para não frustrar a
torcida e a si próprio. Ao mesmo tempo, ele não aceita manchar sua
passagem com possíveis maus resultados trazidos pela crise e tampouco de
ser um dos únicos do elenco contemplados com pagamento em dia.
O Atlético-MG ofereceu valores bem maiores que cariocas e americanos,
nesta ordem, mas foi descartado, por respeito ao Vasco. Se optar pela
equipe do francês Thierry Henry, o camisa 8 passará a ter fluência na
língua inglesa, estudará para se tornar dirigente posteriormente e
fornecerá melhor educação para as duas filhas - a mais velha, Giovana,
já mora na Califórnia. Além da identificação, pesa a favor da
permanência o contato de pessoas que admira e que vão comandar o clube,
como Cristiano Koehler, René Simões e Ricardo Gomes. Todos ligaram para
Juninho. Nada, entretanto, que passasse de apelos superficiais.
'Estamos trabalhando o tempo todo por ele'
Envolvido no projeto desde que assumiu a direção executiva, René
sustenta o otimismo e avisa que em breve o projeto documentado para não
perder Juninho será enviado a ele e seu agente.
- Há esse plano de estrutura financeira que estamos tentando montar e
vai sair já, já. Sei que ele está no Recife acompanhando tudo, com
esperança também. Tenha a certeza de que estamos trabalhando o tempo
todo por ele - informou o cartola, ressaltando que sonha resolver o caso
antes do Natal para agilizar a organização da lista de reforços para a
nova temporada.
Fuentes indicou na quinta-feira indicou sua impaciência com demora do Vasco.
- Assim que voltamos dos EUA, conversei com o presidente e estou no
aguardo. Disse para o Juninho tomar uma decisão, mas o Vasco precisa
apresentar um projeto, alguma coisa para o Juninho. Até agora não
apresentou nada. Ele vai tomar a decisão mais justa possível. Uma
decisão que envolve muitos fatores, não só esportivos. Esperamos uma
solução do caso do Vasco, que está em um momento muito complicado,
difícil. São fatores familiares, desafios pessoais... Vai ser uma
decisão que obviamente ele vai tomar da melhor forma.
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