terça-feira, 27 de março de 2012

Luiz Meira receberá orientação no Náutico

O presidente do Náutico, Paulo Wanderley, já pediu desculpas ao presidente do Sport e ao assessor de imprensa rubro-negro, Álvaro Claudino, expulso de forma agressiva das cadeiras do Náutico por Luiz Meira — chefe da segurança do clube e coronel da reserva da Polícia Militar de Pernambuco.

Agora, Wanderley terá uma conversa com Meira, nesta noite, sobre o episódio lamentável — o segundo protagonizado pelo responsável pela segurança em menos de um mês, se lembrarmos da expulsão de um sócio do Náutico.

O mandatário timbu disse que não punirá Meira, nem fará uma advertência formal, mas, sim, fará orientações para um melhor tratamento a profissionais e ao público nos Aflitos.

Entrevista com Paulo Wanderley sobre o assunto:

Blog do Torcedor — O Náutico vai dar alguma punição ao Coronel Meira?

Paulo Wanderley — Eu telefonei para o presidente Gustavo Dubeux e disse que me desculpava pelo acontecido. Mas a gente não vai atrás de quem errou ou se houve ou não erro. O que a gente entende é que tem um bom relacionamento com o Sport e com os outros times e que a gente deveria fazer um pedido de desculpas, que fizemos pessoalmente por telefone. Todos os dois são profissionais e precisam trabalhar. Isso que aconteceu não deve acontecer não só com os profissionais de imprensa, como todos profissionais que vierem a trabalhar no Náutico. Internatmente, a gente vai conversar para que esse tipo de falha não volte a acontecer.

Blog — Luiz Meira agiu por conta própria ao expulsar o assessor do Sport?

Wanderley — Na realidade, no dia, eu só soube inclusive após o jogo. Ele foi quem tomou a iniciativa. A informação que eu tenho é que ele foi informado que havia um torcedor do Sport numa área reservada para torcedores do Náutico. Ele foi para lá para evitar que acontecesse qualquer problema. Ele toma várias decisões durante os jogos e não pode fazer consultas a cada momento. Eu vou ter uma conversa com ele ainda esta noite, para me inteirar.

Blog — O senhor não acha que, mesmo se fosse um torcedor do Sport, e não um assessor, a pessoa não deveria ter sido expulsa de forma agressiva?

Wanderley — É verdade. Só que, veja, você não pode ir para um local que não está reservado. Mesmo que você queira comprar o ingresso para o setor, você não poderá entrar. Há uma diferença entre permitir comprar ingresso para qualquer setor e ter o acesso permitido a qualquer setor.

Blog — A conversa vai ser, então, uma advertência?

Wanderley — Eu não diria advertência, mas uma conversa e uma orientação. Nada que uma boa conversa, uma boa orientação não resolva. Ele é uma pessoa boa, sensata, que nos escuta muito, e a gente vai ter uma covnersa com ele para que a gente possa equacionar essa solução. Eu não vou punilo, até porque ele tem muitos serviços prestados ao Náutico.

Blog — Seria uma segunda chance?

Wanderley — Não diria uma segunda chance. A gente simplesmente espera resolver a situação.

Blog — Mas não é a primeira vez que Meira agiu de forma bruta. Não há como esquecer a expulsão do sócio no jogo contra o Porto.

Wanderley — Não é uma orientação nossa. No primeiro episódio que aconteceu, eu estava dentro de campo prestando homenagem a Bizu e isso não partiu de orientação de ninguém. Talvez ele tenha dado um remédio com uma dosagem um pouco maior do que o doente precisava.

Blog — No episódio do sócio?

Wanderley — Em ambos episódios.

Blog — Então você avalia que o assessor de imprensa do Sport estava errado?

Wanderley — Não é que eu considere que houve um erro. Na minha ótica, ele deveria ter feito o trabalho dele, mas não é prudente ir com a camisa do time. Nossos funcionários fazem o mesmo serviço nos clássicos fora de casa, mas vão descaracterizados. Eu acho que a questão é a prudência.

Blog — Os conflitos entre torcidas se tornaram comuns no futebol brasileiro a partir da década de 1990. Neste último fim de semana, tivemos uma morte em São Paulo em briga de torcida. Existe cada vez menos tolerância no meio do futebol. O senhor concorda?

Wanderley — Eu acho que é uma pena isso que está acontecendo no futebol brasileiro como um todo. Espero que Pernambuco não passe por isso nunca. Eu, particularmente, no Náutico, não desejo isso a Pernambuco. Acho que futebol é um espaço de diversão, para levar a família e formar o torcedor futuro. Com o que está acontecendo, em sã consciência, o pai que mora em São Paulo não vai levar o time para torcer. E aí você cria uma geração futura de apenas telespectadores, com medo de ir a campo.

Blog do Torcedor — O senhor não acha que expulsar aos berros e puxando pelo braço uma pessoa com camisa do Sport do setor da torcida do Náutico é algo que contribui para a intolerância?

É por isso que a gente vai ter a conversa não só com a segurança, e sim com todos os funcionários do Náutico. Já orientei o diretor administrativo. É preciso que tenhamos mais tranquilidade para resolver as questões.

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