quinta-feira, 14 de abril de 2011

Israel avança e sonha com a Euro

Há apenas um mês, a seleção de Israel encontrava-se em crise profunda. O técnico Luis Fernández enfrentava duras críticas após duas derrotas seguidas nas eliminatórias para a Euro 2012, mas a sua demissão trazia o risco de piorar ainda mais a situação da equipe no Grupo F. Assim, em vez de cederem à pressão popular, os dirigentes da Federação Israelense de Futebol preferiram dar um voto de confiança ao treinador francês.

A decisão se mostrou correta. Israel estava praticamente fora da corrida por uma vaga na Eurocopa após os tropeços diante dos principais concorrentes da chave, Grécia e Croácia, mas o país conseguiu dar a volta por cima e agora segue sonhando com a primeira participação no torneio europeu. As vitórias sobre Letônia (2 a 1) e Geórgia (1 a 0) no final do mês de março levaram os israelenses ao terceiro lugar do Grupo F, com os mesmos dez pontos que o selecionado croata, vice-líder.

"Ganhar duas partidas em casa em apenas três dias não é fácil, mas conseguimos", vibra Fernández, que fez parte do histórico "quadrado mágico" da seleção francesa na década de 1980. Em entrevista ao FIFA.com, o atacante Elyaniv Barda confirmou a dificuldade da tarefa que os israelenses superaram. "Não tínhamos outra escolha senão vencer", reconheceu o centroavante do belga Genk. "Sabíamos que a partida contra a Letônia seria complicada, porque perdemos dela em casa na última campanha, mas estávamos prontos para esses jogos decisivos."

Motivos para sonhar
Além de reabilitarem Israel no torneio classificatório, as duas vitórias alçaram o país à 33ª posição no Ranking Mundial da FIFA/Coca-Cola. A seleção ainda está longe do histórico 15º lugar que atingiu em novembro de 2008, mas não faltam motivos para sonhar com a repetição do feito — a começar pelo próprio calendário das eliminatórias. Depois de viajarem à Letônia em junho, os israelenses recebem a Grécia e enfrentam a Croácia fora de casa, dois adversários que estavam entre os dez melhores do planeta até recentemente. "No momento estamos apenas em terceiro no grupo, mas faremos a nossa parte para que o destino só dependa de nós", anuncia Barda. "Isso vai depender de um bom resultado na Letônia e de uma vitória sobre a Grécia."

Outra razão para alegrar o torcedor israelense é a volta do ídolo e capitão Yossi Benayoun, que passou bastante tempo contundido. "Ele estava conosco antes da partida contra a Letônia, principalmente nos treinamentos", conta Barda, autor do primeiro gol contra os letões no dia 26 de março, antes de explicar a influência do meia-atacante do Chelsea na equipe nacional. "Ele conversou muito conosco, sobretudo com os mais jovens, a quem deu confiança. Além disso, posso garantir que o fato de ele disputar a segunda partida inspira respeito. Após seis meses de ausência, voltar para um jogo da seleção, ainda mais em um contexto difícil, em que vencer é obrigatório, é coisa que pouquíssimos jogadores teriam feito. Ele está pronto a se sacrificar pela seleção."

A vitória e o triunfo
A figura de Benayoun certamente inspira os companheiros menos experientes. É o caso de Tal Ben Haim, que saiu do banco de reservas para estrear na seleção contra a Geórgia, no dia 29 de março. Convocado na última hora para substituir Eran Zahavi, o atacante de 21 anos só precisou de sete minutos para marcar o único gol da vitória israelense em Tel Aviv.

"O técnico não poderia ter feito trabalho de preparação melhor para essas duas partidas, tanto no aspecto psicológico e físico quanto no plano tático, com uma mudança de sistema que sacudiu o elenco para a rodada dupla, e tudo funcionou bem", concluiu Barda, referindo-se às decisões do até então ameaçado Fernández. Se antes o jornal Israël Hayom trazia em sua manchete uma ameaça real ao treinador ("Se ele não trouxer a vitória, voltará a ver o Arco do Triunfo"), hoje certamente a população se vê novamente unida em torno de um sonho maior.

Fonte: Site da FIFA

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